Banda que subiu ao palco usando poncho enquanto Corumbá marcava 32 graus mostra o quão latino MS é

  • Publicado em 10 nov 2023 • por Paulo de Camargo Fernandes •

  • A energia de ouvir polca e chamamé, somada ao carisma de Nestor Ló y Los Caminantes já faz a gente querer pedir bis antes mesmo deles deixarem Corumbá, onde pisaram pela primeira vez nesta quinta-feira (9).

    No palco, a entrega foi tamanha que não teve termômetro que impedisse os músicos de usarem poncho mesmo com os 32 graus que marcavam às 20h30, horário em que o grupo subiu ao palco.

    A apresentação mistura música, folclore e história de um país que de tão vizinho divide conosco costumes e estilos musicais.

    A harpa entrou primeiro já dando o tom da noite e foi impossível não despertar o coração latino do sul-mato-grossense.

    Corumbaense de nascença, contadora de profissão, Jeane Vasconcelos não conhecia Nestor Ló y Los Caminantes, mas nem por isso deixou de dançar e curtir logo na cara do palco.

    “Maravilhoso e é bem parecido com a gente também, né? Porque temos um pouco de sangue paraguaio”, comenta.

    Mãe Janaína, da casa de umbanda Tia Maria da Guiné, era uma das mais animadas entre o público. De branco, os movimentos eram de quem se divertia ao som da música que lhe é tão familiar. “Eu vim pra dançar aqui sabe? E eu gosto muito, e venho todo ano, desde que começou, porque a gente precisa prestigiar o que é da nossa cidade, do nosso estado. E ser da fronteira significa união, e o Festival América do Sul é o momento da gente ter união com os povos, aprender com a cultura da gente”, reflete.

    CORAÇÃO LATINO

    Minutos antes de subir ao palco, Nestor Ló atendeu a equipe da Comunicação do Festival, e pediu para que a entrevista fosse feita em Português.

    Ao ser perguntado sobre o que faz seu coração latino se sentir feliz, Nestor, claro, respondeu que era a música. “Fazer música é o que faz o nosso coração latino feliz, também porque a razão da nossa vida é fazer música”.

    Pela primeira vez em Corumbá, ele já garante que está não será a última. “Estou feliz de compartilhar aqui um pouquinho da nossa música, da nossa região. Vamos fazer polca, cumbia, xamã e vibrar”.

    Juntos desde 2015, a banda tinha outro nome e seguia o blues, até que em 2018 lançou o primeiro disco, de volta às raízes.

    “A música que hoje nós fazemos é a música com que nós crescemos. O folclore é a música, a música do nosso pai, da nossa mãe. Então, virar para o folclore foi mais virar a nossa raiz, virar para onde nós crescemos. O folclore é fazer o ritmo do nosso coração, o ritmo da nossa gente, a forma como nós falamos”.

    Paula Maciulevicius, Ascom FAS 2023

    Fotos: Renê Carneiro

    Galeria de imagens disponível: https://www.festivalamericadosul.ms.gov.br/show-nestor-lo-e-los-caminantes/

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    Festival America do sul Geral

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